sexta-feira, 30 de abril de 2010

Saber de fato cultura afro

Hoje venho aqui por dois motivos: mais uma vez expor minha humilde opinião sobre um tema e divulgar a festa que haverá no Quilombo São José.
A festa é uma das mais bonitas manifestações da cultura negra do nosso país. Muita música, muita dança, muita cultura e uma oportunidade incrível de retornar no tempo tendo a possibilidade de reconstruir o mais genuíno orgulho negro dentro do nosso coração. Vale a pena prestigiar. O evento tem apresentações de grupos distintos e é uma forma de trocar experiências, conhecimentos e pontos de vista. Para maiores informações segue o link da comunidade do grupo no orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?rl=cpp&cmm=16974501

A festa que vai acontecer no quilombo,além de me deixar extremamente animada, me fez também pensar: até onde vai o conhecimento da cultura negra pelo público?
Samba, capoeira, candomblé e feijoada. Para muitos essa é basicamente a representação de nossa cultura. Óbvio que são elementos maravilhosos e de grande destaque, mas são algumas das manifestações que compõem nossa vasta história. Mas há muito mais que isso. O fato da tradição ser mantida predominantemente de forma oral prejudica a transmissão dessa tradição entre as gerações e também torna um pouco mais restrito o acesso a ela.
Eu podia publicar uma pesquisa sobre a cultura, mas não é essa a intenção.
A questão é, só tem realmente conhecimento da cultura negra que tem grande interesse e disponibilidade para tal coisa. A divulgação das várias faces da nossa história é de difícil acesso e na maioria das vezes se restringe ao básico.
Com a Lei nº 10639 o ensino de cultura afro-brasileira passou a ser obrigatório nas escolas, mas esse estudo na maioria se restringe aqueles temas básicos e de forma superficial, isso em alguns casos até por preconceito de pais, alunos e educadores que não conseguem separar a visão religiosa da pedagógica e cultural.
As maiores e mais detalhadas pesquisas sobre cultura negra se dão geralmente para caráter acadêmico e muitas vezes não têm a divulgação merecida.
Cabe aos apaixonados pela cultura negra (e puxo pra mim essa responsabilidade também), fazer o possível para divulgar, compartilhar e popularizar as nossas tradições. Chega de trabalhos acadêmicos brilhantes, mas que ficam em gavetas e nos arquivos de universidades. Temos que produzir trabalhos que cheguem as pessoas, que cheguem ao mundo. Só assim mostraremos as tradições como elas realmente são, e como realmente merecem ser lembradas e celebradas.

Abrace esse desafio! E fique à vontade para divulgar aqui e se precisar de apoio ou ajuda, conte comigo!

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