segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Um espírito...Liberdade

E a pior parte é perceber que mesmo quebradas as correntes ainda acham outros meios de nos prender. Castram nossa criatividade e mancham as partes mais bonitas que gostamos de lembrar. Roubam nossa história, entram nas memórias mais nossas e querem nos tirar as preciosidades que não podemos guardar em cofres. Dizem que não tem fundamento, que a culpa é nossa, que fazemos por onde. E talvez isso seja um avanço, afinal, estão nos dando crédito por algo. Antes, a culpa era nossa, sem sermos culpados, por culpa da sorte. E quando nos dão alguma razão, quando aceitam nossas batalhas, entram nelas, querendo as patentes mais altas, as melhores armas. Aliás, quando exaltam nosso costume também entram nele, também tiram-no de nós, com a desculpa dele ser de todos. Pegam, fazem, cantam, dançam, pisam, rasgam. Usam, vestem, amarram, pintam, prendem, sambam. Querem... mais e mais... apagam... desviam... “descriam”. E agora? Nos entregamos? Não. Se depois das guerras, das lanças, das armas de fogo, dos navios, dos leilões, dos senhores, dos feitores e dos grilhões ainda estamos aqui, por que desistir? Talvez seja esse o destino, a característica biológica pré-determinada da pele: lutar. Talvez seja todo o objetivo de existir. Existir por continuar-se, por não perder-se, por não abandonar-se. E não abandonamos. Anunciamos com os tabores que os espírito não dorme e grita ensurdecendo as almas, estremecendo os corações, vibrando nos corpos. O espírito vaga e desbrava as verdades, arranca as histórias, protege as memórias e revive de pouco em pouco na garganta dos que tem no sangue a sede de justiça. O espírito não parte, o espírito cresce, e embora muitos desmintam, espírito tem um só nome: Liberdade.

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