quarta-feira, 29 de junho de 2016

Meu amor escrito


Procurei entre amores escritos e não tive
Nenhum que me desse a mesma paz do teu riso
Nenhum que trouxesse o calor dos teus braços
Nenhum que fizesse lembrar dos teus traços
Nenhum que me fosse tão bom como amigo

Nem ao menos um tão familiar quanto o teu corpo
E cada palavra era como borracha na tinta de caneta seca
Não mexia, não mudava
Nenhuma linha alinhava a saudade
Nenhuma vírgula entremeava a angústia
Não escrevia, nem copiava

Resolvi então escrever de amor na folha do tempo
Grifei as alegrias, as completudes, os olhares mais doces
Segui linha por linha, sem dar muito espaço
Criei, reescrevi, fiz meu novo dicionário
E com novos significados, minha alma escreve a cada momento
E sem pontos finais sigo adiante
Te enviando meus eus poemas
Até que acabem as letras do mundo.

(Para Danilo)