quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Por demais....

"Você se cobra demais." Toda hora alguém fala isso. E toda hora acreditamos nisso.
E na verdade ouvir essa frase é muitas vezes um alívio, uma permissão para diminuir o ritmo.
Dizem que o ser humano só consegue desenvolver cerca de 10% das suas potencialidades. Então, se mesmo com a cobrança só conseguimos isso, o que seria o "demais"?
Como saber a hora de parar se nunca saberemos onde podemos chegar?
Por que parar se sabemos que ainda não chegamos?
Pessoas insatisfeitas buscam. Pessoas insatisfeitas são diferentes de pessoas não satisfeitas. Pessoas insatisfeitas buscam a satisfação, ao invés de se conformar com a falta dela.
O "demais" pode ser simplesmente um degrau acima do pouquíssimo que é aceitável. O "demais" pode ser uma oportunidade de chegar perto, mais longe que a grande maioria.
Me pergunto se não há uma conspiração contra o atingimento de degraus mais altos. Uma motivação coletiva inconsciente de tolirmos uns aos outros para que continuemos a caminhar nos mesmo espaços. Sim, pois o "demais" pode proporcionar para uns nada além do que é trivial para outros. Em exemplo: um jovem que trabalhe de dia, estude de noite e compre apenas comida para juntar dinheiro pode vir a ser um grande empresário, assim como o filho de um magnata. Nossa. O "demais" pode ser simplesmente um nivelador. E se é pra chegar no mesmo lugar não além, não é nem mais.
Grandes coachings são conhecidos pela cobrança, seriedade, frieza, geralmente por "pegarem pesado". E geralmente seus aprendizes são os melhores.
Começo a achar que o mundo apenas finge que pega pesado conosco. Sim, em alguns casos finge muitíssimo bem. Mas ao mesmo tempo que finge, dissemina frases no vento: "você fez seu melhor", "não se cobre tanto assim", "você já é um vencedor", "o importante é competir".
Longe de mim incitar a competitividade desenfreada, a culpabilização dos indivíduos e muito menos reforçar as teses liberalistas.
Falo de coisas de dentro. De nós para nós mesmos. Não há um padrão pro "demais", nem para o lugar pra onde ele pode levar.
Acredito sinceramente que seja injusto pararmos sem chegar e mais injusto ainda seja induzirmos alguém a parar com a falsa idéia de que já chegou. Não digo que iremos chegar. Mas penso que tentar é fundamental. Tentar é o que move, tentar é o que renova.

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